quinta-feira, 21 de julho de 2011

MUDANÇA

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Mudança... de hábitos, de vontades, de ideias e de gente, imprevistas ou calculadas, mais ou menos radicais, irrefletidas ou mais ponderadas e conscientes, a nossa vida segue ao ritmo das mudanças. A insatisfação inerente ao Ser humano, a sua ambição, o fazer face às próprias necessidades ou simplesmente confortos induziram desde os primórdios dos tempos a uma mudança tão benéfica como tantas vezes perigosa. Recordemos que a pólvora não foi inventada para fins bélicos, por exemplo.
Muitas coisas mudaram desde a última vez que aqui vim. Ganhos e perdas, foi, é, será sempre assim e cabe a nós saber conviver com o resultado das nossas acções, das nossas escolhas. Acredito que fiz o melhor, o que nem sempre sucede, apesar das intenções serem sempre as melhores. De boas intenções - soi dizer-se - está o inferno cheio. Os dias parecem agora correr de forma mais célere embora mais preenchidos, plenos de vida, duma felicidade até agora desconhecida, própria das coisas seguras, de certezas e planos que são agora mais que sonhos, realidades.
Ontem, o País - ou uma parte não muito significativa que apesar da descrença nos políticos e na crise insiste em ter fé numa eventual mudança - foi às urnas num dia mais convidativo para um passeio à praia, a fim de escolher um novo Primeiro-Ministro, e, ao contrário dos últimos actos eleitorais, a mudança foi inequivocamente a vontade da maioria. Do acerto da escolha só o futuro o dirá, na certeza absoluta de que tempos difíceis se aproximam, de um esforço que a todos, sem excepções, deveria ser exigido e que sabemos de antemão não ser bem assim. A tradição, em muitos casos, ainda é o que era, e há coisas que não mudam nunca, apesar da vontade e das boas intenções das pessoas.

Sexta-feira, Abril 01, 2011

FRASE DO DIA

"Só vive quem não foge de morrer"

Irvin Yalom, psicoterapeuta e escritor

Terça-feira, Março 29, 2011

SEMELHANÇAS ENTRE SÓCRATES E JESUS CRISTO

Sócrates discursava para algumas centenas de militantes socialistas
quando, de repente, aparece Jesus Cristo baixando lentamente do céu.

Quando chega ao lado de Sócrates, diz-lhe algo ao ouvido.
Então Sócrates, dirigindo-se à multidão, diz:
- Atenção camaradas! O camarada Jesus Cristo está aqui, e quer
dizer-vos umas palavras!

Jesus pega o microfone e diz:

- Povo português, este homem aqui ao lado, o Primeiro Ministro
Sócrates, não vos tem dado o 'pão do conhecimento' da mesma forma que
eu fiz?

Os socialistas respondem:

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
iiiiim!

- Não é verdade que, assim como eu multipliquei os pães e os peixes
para dar de comer a todos, este homem inventou os aumentos de 5 e de
dez cêntimos nas pensões, para que todos pudessem se alimentar?

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiim!, responderam os militantes.

- Não é verdade que este homem, José Sócrates, reformulou o Serviço
Nacional de Saúde, assim como eu curei os enfermos e tratei os pobres
e desfavorecidos?

O povo grita:

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiim!

- Não foi, também ele, traído por companheiros de partido, assim como
eu fui traído por Judas?

Os socialistas gritaram ainda com mais força:

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimm

- Então, do que é que estão à espera para crucificar o gajo???!!

Domingo, Março 27, 2011

FUTRE (por Rui Unas)

HITLER E PAULO FUTRE

JÁ NÃO BASTAVA A AMEAÇA DO BETÃO

Ok, ele diz que vai sobreviver, mas quem lhe sobreviverá? Ou muito me engano ou estamos perante o fim da selva como a conhecemos dos filmes e dos livros de história. A partir de agora, as espécies outrora protegidas estão na iminência de um perigo maior do que aquele que o avanço da dita "civilização" lhes causou durante os últimos anos. Não lhes restará outra alternativa senão emigrarem, sabe-se lá para que canto recôndito ainda longe da acção do Homem e de outras espécies bem mais perigosas que se escondem debaixo de um disfarce humano difícil de qualificar quanto ao seu género, mas cujas intenções são facilmente perceptíveis. As feras que se cuidem!

Sexta-feira, Março 25, 2011

SOLIDÃO

A solidão não é mais que um abraço desfeito pela ausência

COMPETIÇÃO

Perdemos o tempo, escravos das horas que correm, entre os verdes e os vermelhos dessa vida que nos diz para onde ir ou não, como um anúncio de tv que nos veste, nos lava e penteia o cabelo e dita os nossos gostos e opiniões. Perdemos o nosso tempo trocando o certo pelo incerto, os pormenores pela pressa e o canto dos pássaros pelas buzinadelas dum trânsito caótico. Da mesma forma que antes trocávamos cromos trocamos agora afecto... por minutos que nunca chegam a tempo. Não sabemos onde nem quando parar. O que ganhámos? Nada, somamos desaires, família, felicidade, deixados para trás em qualquer berma dessa longa estrada, mas não deixamos de correr, mesmo sem saber para onde vamos, só para não sermos ultrapassados.

Quarta-feira, Março 23, 2011

DESEMPREGO FAZ MAIS UMA VÍTIMA

Temos pena, Zé!

ESCLARECIMENTO



Não tenho sido presença assídua por aqui recentemente e, previno desde já que esta ausência vai ainda prolongar-se nas próximas semanas. Felizmente, tal não se deve a menor inspiração, factores que me queiram levar a acabar com este espaço - garanto-vos! - ou de qualquer doença. Bem pelo contrário. Depois de uma daquelas ofertas consideradas irrecusáveis, preparo-me para, no início do próximo mês, mudar de clube. Para vos dar um "cheirinho", aqui estão duas propostas minhas para celebrar a ocasião, veementemente rejeitadas pela outra parte interessada, que até é do Benfica. Nobody's perfect! A todos os amigos do Lado B, desejo tudo de bom e até ao meu regresso.

VERDADES QUE DOEM

Domingo, Março 06, 2011

VIOLINOS E BOMBOS

Quem como eu confirmou ontem que o Festival da Canção, outrora palco de grandes vozes e de temas que ficavam no ouvido é hoje um concurso com pouca ou nenhuma qualidade, adulterado por interesses (?) comerciais ou financeiros de editoras que menosprezam aqueles que apreciam a boa música ligeira que ainda se faz entre nós, a que felizmente ainda vamos tendo acesso nas bandas sonoras das telenovelas nacionais? O pouco que ouvi, vencedores incluídos, reforçou a minha ideia de que a crise já chegou ao panorama musical, onde violinos e bombos facilmente se confundem nos critérios cada vez menos exigentes dos portugueses.

SELO DESEJO POST ALEGRES 2011!

Recebi este sugestivo e inspirador selo já há uns dias, não o tendo postado na altura devido ao significado do mesmo não estar em harmonia com o meu estado de espírito de então. Nesta última semana, que começou curiosamente com uma agressão cobarde que me levou ao Hospital nas primeiras horas do passado domingo, tudo se alterou. Chamem-lhe coincidências, acasos, destino, o que quiserem!, mas a apreensão, as horas longas e amargas deram lugar a uma azáfama promissora e a um sorriso fácil. Mas vamos ao selo e às habituais regras:
1- indicar o nome e o site de quem me ofereceu o selo.
Este lindo selo foi-me oferecido pela Sus do blogue Suspiros da Alma.

2- A segunda regra é a de passar o selo a cinco seguidores novos deste blogue e a cinco dos mais assíduos, regra que no entanto vou quebrar, deixando a cada visitante a liberdade de o tomar, já que todos merecem, pelo apoio sempre demonstrado.

Sexta-feira, Fevereiro 25, 2011

LUZES E SOMBRAS

Pouco passa das cinco numa Cacilhas iluminada ainda artificialmente aqui e além por alguns postes eléctricos mas sobretudo pelo terminal fluvial. Os primeiros autocarros da manhã descarregam algumas dezenas de passageiros que se apressam para apanhar o barco que os levará, como invariavelmente, ao Cais do Sodré e daí para muitos outros pontos da capital e para um novo dia de trabalho. Ao ultrapassarem os validadores que dão acesso ao embarque, a meritória vitória do Benfica na Alemanha e mais um desaire dos rivais lisboetas passa para segundo plano nas conversas com que costumam entreter os cerca de dez, doze minutos da travessia, surpreendidos com a mais nova aquisição da frota da Transtejo, o ferry Lisbonense, que hoje inicia as viagens regulares na ligação que liga as duas margens do Tejo. Sente-se, quase que se cheira, o habitual burburinho, o frenesim face ao que é novidade. Com 47,5 metros de comprimento, este novo barco impressiona pela sua envergadura e pelo seu design pouco convencional ou estético, compensado por um amplo espaço onde cabem 30 viaturas - quase que dava para fazer um jogo de futsal -, além do seu sistema de visão nocturna, equipamentos para passageiros com mobilidade reduzida e pelo baixo consumo de combustível, com um teor de emissão de CO2 muito inferior aos limites legais. Mas não é o barco que me puxa pelas letras, numa atracção quase intuitiva pelos jogos de palavras. O importante, em qualquer lugar, para qualquer empresa, são as pessoas. São elas a razão de ser de uma empresa, mesmo de um país, a força motora do progresso, um capital de riqueza inestimável e tantas vezes tão maltratado.

No interior da embarcação vão-se juntando pouco mais de uma centena de pessoas, caras conhecidas entre si, diferentes dialetos de uma África longínqua mas sempre tão próxima, gente de trabalho, na sua maioria funcionários de limpeza, seguranças, gente ligada ao pequeno comércio tradicional, pessoas humildes para quem a crise é há muito uma palavra familiar num vocabulário nem sempre rico ou vasto, mas onde o carácter e os valores continuam a ser importantes, senão mesmo fundamentais.
Ainda é cedo para os ciganos do leste europeu, para os que tentam passar sem pagar, para os desempregados em busca de um emprego que não implique muito trabalho e já demasiado tarde para os que trocaram uma vez mais o dia pela noite e que só agora fazem o trajecto oposto em direcção a casa, depois de mais uma jornada de emoções fúteis aquecidas pelo álcool.
São eles a quem foi incumbido abrir as portas àqueles a quem assiste uma maior visibilidade na engrenagem que movimenta as grandes metrópoles, os colegas do fato e da gravata, os que falam inglês e até francês, às mulheres bonitas e sorridentes por trás dos balcões. São eles que limpam a porcaria dos outros, que ultimam os pormenores, cada mínimo detalhe, a face tantas vezes oculta e raramente valorizada que simplifica o dia a dia de cada um de nós.
5h20. Da mesma forma como atracara largos minutos antes, o amplo parque para viaturas segue com o mesmo aspecto "despido", indiferente à excitação da estreia. Ainda falta algum tempo para a chegada dos que vão de carro para o emprego.

Domingo, Fevereiro 20, 2011

FUTURO SLOGAN DO FMI

UM DIA...

"...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas
as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."

Mário Quintana

Quinta-feira, Fevereiro 17, 2011

MUITO BARULHO POR NADA

Muito Barulho Por Nada é o nome de uma comédia de Shakespeare, mais tarde com uma versão cinematográfica e cujo título em muito se assemelha ao estado das coisas em Portugal e às tendências comportamentais dos portugueses em geral, como de alguns políticos em particular. Passos Coelho, líder do maior partido político da oposição, voltou a não surpreender quem esteve atento a outras grandes decisões políticas que dependeram recentemente da sua capacidade de decisão e que poderiam ter afectado - positiva ou negativamente - o País e nas quais, como agora, chamou a si o protagonismo pelo arrastar da dúvida, pela agonia de uma resposta que se pretendia célere até à... abstenção, tão própria daqueles que tanto prometem e geralmente nada fazem, de quem não tem opinião formada, preferindo deixar tudo na mesma. Uma, duas, três vezes, outras tantas abstenções. Os últimos processos eleitorais já tinham passado a imagem de um país marcado não apenas pelo desânimo como também de alguma inércia, de alguma letargia, a facilidade com que nos deixamos cair no fado da inevitabilidade e do comodismo daqueles que acham que pouco ou nada podemos fazer e que é melhor aceitar os factos. Claro que já se sabia do óbvio, que PPC não iria aceitar uma moção que não tivesse sido sugerida por algum partido que não o seu, mas parece-me que lá para os lados do Partido Social Democrático continuam a faltar ideias, alternativas, prevalecendo a crítica fácil que não a construtiva. Feliz do Governo que em cenários de crise tem ainda a haver-se com oposições deste calibre!.... Afinal, para quê tanto barulho, apenas por um pouco de protagonismo mediático à imagem dos Big Brothers e das Casas dos Segredos? Parece-me triste, vulgar, mas é esse o estado da política, de Portugal e dos portugueses.

Domingo, Fevereiro 06, 2011

PORQUE HOJE É DOMINGO!...

EFEITO BOOMERANG

A SIC deu a notícia: Havia romenos em Almada vivendo em condições sub-humanas. Tinham vindo à procura de trabalho, eram pessoas honestas e tinham um sonho que queriam realizar: voltar para a sua terra natal. Ficam bem os sonhos em qualquer conto de fadas que se preze. A "4Ever Kids", associação humanitária, sabia da dimensão da história, desde que bem contada, não importando que se distorcesse aqui e além a verdade sobre a realidade dos factos. E se assim pensaram melhor fizeram. Quem não lidava diariamente com este grupo de pessoas - a que tento evitar chamar de romenos para não generalizar toda uma nação - acreditou na reportagem e chegou até a emocionar-se. Conseguidos os financiamentos necessários de quem se enterneceu ou simplesmente procurou algum tipo de impacto mediático, cerca de 40 pessoas tiveram direito a banho, comida e bilhetes só de ida para a terra dos sonhos, o que parecia ser o final perfeito para uma verdadeira história de grande valor humanitário. Os portugueses sempre tiveram o condão de, mesmo em tempos de crise como os agora vividos, conseguirem dar uma parte do pouco que ainda lhes resta para ajudarem quem mais necessita, seja no Continente, Madeira, Açores ou por esse mundo fora onde haja gente a passar fome e necessidade. Só que estes romenos fazem lembrar aqueles boomerangues a que achávamos tanta graça na nossa infância, que por mais longe que os arremessássemos voltavam sempre ao ponto de partida, uma e outra vez, tantas quantas fossem as nossas tentativas. Ah, pois é! Cerca de um mês volvido desde a sua partida, após terem passado junto das suas famílias o Natal e Ano Novo - a expensas do Zé Povinho -, estes "simpáticos" "trabalhadores" que por alguma razão foram expulsos de França, Espanha, etc, estão de regresso - algumas caras novas entre uma maioria já conhecida -, tão civilizados, honestos e higiénicos como sempre, cada vez mais refinados na arte do engano, de uma descarada falta de respeito pelas regras e instituições, por um povo maioritariamente bom, mas por vezes tão ingénuo.

0 comentários:

Postar um comentário